De ti tenho nojo e abstracção. Que há mais entre nós agora que viciámos as palavras?
Nunca mais te poderei dizer nada de belo e não voltará a haver horas entre nós agora que encheste o silêncio de vazios.
E ainda assim insistimos os dois neste mundo de coisas não-partilhadas, nesta cama descoberta e desfeita onde agora só dormem dois corpos.
Houve um tempo em que soubemos ser um. Mas o tempo do mito foi há muito tempo.
Fomos comidos pelos dias e não temos senão as sobras parcas de um quotidiano exausto.
Já não há mais nada em mim que te dê.
Já não há nada de ti que eu espere na lonjura dos dias.
Não esperes o meu corpo esta noite deitado ao lado do teu.
1 comentário:
ensina-me como é... como é escrever assim...
desculpa a ausência. estou a trabalhar, na livraria Barata. Em breve encontrar-nos-emos!
beijo de saudade!
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