sexta-feira, dezembro 29, 2006

Das coisas que há no mar e nas ilhas guardadas na minha infância das primeiras horas

Busco um tempo fértil de palavras
E procuro em mim a hora da minha infância
Que tenha em si guardada
O início da poesia.

Hoje o poema diz-se em mim devagar,
Como uma onda que vem leve,
Mas que leva o verde das serras até ao mar.

Sophia fala-me de mansinho

Duma terra que eu amo de pés molhados.

Construo o poema num equilíbrio delicado
Entre a infância, o Verde e o eu.
Desfaço ligeiramente o novelo dos primeiros dias
Onde em suas linhas encontre as horas que me falam das palavras.

Em campo fértil de palavras
Meu labor árduo
Meu encanto em sangue
Minha dor de escrever
Dizer poema
Para vê-lo escrito
Perdidas horas de infância
Que agora me oferecem as coisas que há no mar e nas ilhas.

2 comentários:

colher de chá disse...

lindo. lindo. lindo. este e o anterior ("mar" ) estão perfeitos. mas a sério. na minha opinião, creio que foram as tuas mais belas composições até agora. deram-me qq coisa de sophia e de sonho-fantasia que me deixouum sorriso nos lábios e o peito quente de conforto.
os meus sinceros parabéns, e um muito obrigada por me teres deixado assim.

Anónimo disse...

As tuas referências a Sophia são a certeza de que a tua poesia tem fontes de muita e pura água.
Os teus poemas comovem-me...
Obrigado.