Para I. e A., até que chegue a Setembro.
I
Na noite quente das amoras
Escrevo-te.
Vê que há uma liberdade
Só nossa na noite.
É nosso aquilo que
Só nós conhecemos.
As minhas mãos escorrem
Pelas paredes brancas da casa.
É como se te acariciasse.
Vivo nas palavras dos segredos
Escondidos,
Guardados nas horas dos
Recantos onde desenhamos
As hipóteses dos primeiros beijos.
Amo-te como se ama o
Fim da tarde:
Ao fim de um longa espera.
II
Falo-te na manhã fresca dos frutos.
O cheiro inunda agora
A casa
Com os nossos segredos.
Compomos um tesouro feito
De palavras não ditas.
É uma música que dança
No silêncio provocado
Dos nossos corpos.
Ardo por te encontrar.
Que as minhas mãos
Sejam os meus olhos,
Aranhas que traçam
Teias sobre o teu corpo.
Desenho-te no espaço
Ensaiado das horas
Em que te espero
Permaneço. Anseio-te.
2 comentários:
estive aki
e gostei
p.p.
"anseio-te". verbo ansear. neste momento anseio tudo. neste momento queria não ansear nada. mas dentro de mim, continuo repetidamente a dizer "anseio-te, anseio-te, anseio-te, anseio-te..."
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