quarta-feira, junho 06, 2007

Segredos dos amantes escondidos

Para I. e A., até que chegue a Setembro.

I
Na noite quente das amoras
Escrevo-te.

Vê que há uma liberdade
Só nossa na noite.
É nosso aquilo que
Só nós conhecemos.

As minhas mãos escorrem
Pelas paredes brancas da casa.
É como se te acariciasse.

Vivo nas palavras dos segredos
Escondidos,
Guardados nas horas dos
Recantos onde desenhamos
As hipóteses dos primeiros beijos.

Amo-te como se ama o
Fim da tarde:
Ao fim de um longa espera.

II
Falo-te na manhã fresca dos frutos.
O cheiro inunda agora
A casa
Com os nossos segredos.

Compomos um tesouro feito
De palavras não ditas.
É uma música que dança
No silêncio provocado
Dos nossos corpos.

Ardo por te encontrar.
Que as minhas mãos
Sejam os meus olhos,
Aranhas que traçam
Teias sobre o teu corpo.

Desenho-te no espaço
Ensaiado das horas
Em que te espero

Permaneço. Anseio-te.

2 comentários:

peter_pina disse...

estive aki

e gostei

p.p.

colher de chá disse...

"anseio-te". verbo ansear. neste momento anseio tudo. neste momento queria não ansear nada. mas dentro de mim, continuo repetidamente a dizer "anseio-te, anseio-te, anseio-te, anseio-te..."