terça-feira, novembro 02, 2010

Do Outono

De mar e ondas
Como no início

Deixar que o poema se diga lentamente
Ao ouvido

De todas as coisas as tardes
A meia-luz
E o cheiro dos frutos ácidos
Sob a boca

Muralhas desta casa
Como uma Atenas de Espartanos
Poema de dizer indizível
Como em transe de pitonisa

Tudo em quase noite
As cores deste crepúsculo outonal

Mais tarde o dia
A vida
O sonho


Lentamente deixo o casaco escorregar-me pelas costas.
Na cadeira escrevo agora aquilo que oiço.

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