terça-feira, novembro 23, 2010

Poesias Simples

Dizes que te ponha a mão
Como um pássaro.
É tarde.
*
De todas as cores escolherás
O azul
Para usares no sahri festivo.
*
No campo marcham as hordas
De Esparta.
No templo profetisa a Pitonisa.
*
Amas esta arte como tua.
O quadro
Não saberás quem o pintou.
*
É tantas vezes de noite como de dia.
A alma
Não tem relógio que conte o tempo.
*
De todas as palavras terei
Uma.
O poema surgirá no silêncio.
*
A criança brinca junto à fonte.
A sua mão
Faz pensar no que é breve e rir.
*
Os jogos matutinos começaram com
Os jovens nus.
Todos os dias estendes o corpo sob os lençóis.
*
Cultiva o branco no pateo quadrado
Da casa da ilha.
Os deuses serão clementes quando te olharem.
*
Da laranja guarda o gesto de
A trincares.
O seu sabor é perecível como o sumo.
*
Das muralhas da cidade nada penses.
Toca-as
Para sentires como são frias.
*
Passa este dia sobre o campo.
Amanhã
A chuva fará crescer os rios.
*
Das flores conhece-as
Como a ti.
Em cada pétala a possível história de uma vida.
*
Sedentas de gozo vivem
As crianças
Jogando suas bolas no relvado.
*
Acerca-te das ondas onde
Rebentam.
Os teus pés saberão a que sabe a espuma.
*
Guarda silêncio do fim das palavras.
É esse
O segredo inconfessável.

1 comentário:

Adomnán disse...

Adorei o conceito e todos estão deslumbrantes.