quinta-feira, julho 22, 2010

Poema do Amigo

Para o Luisillo

Dele
Dir-se-á a saudade de todos os dias

Como o poema indizível
Que mora sempre connosco
Tão perto e tão longe
Para que um dia
O passamos escrever.

Como os crepúsculos breves de Maio
Ou a sede logo saciada
Assim, me faz falta
Sem que nunca se ausente.

Dele dir-se-á dia e silêncio,

Pois nele estão todas as palavras
Secretas
Impossíveis à boca.

Dele dir-se-á hoje,

Mas também agora.
Pois ele é como o instante imediato
Fugitivo e constante
Sem nunca ser nosso
Estando lá sempre.

Dele dir-se-á amigo

E nesta palavra
Todas as outras calarão.

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