Tivera hoje como uma vontade de chorar.
Não que houvesse razão, mas assim se dera.
Chorava, pois.
De manso, choro conjugado.
De mim para mim pensava-
Porque choro, ora?
De nada havia que pudesse dizer-
Eis esta a razão de chorar.
Mas chorava, chorei
Chorara já.
Não muito... pouco assim,
lágrimas escorregando lentas, quentes
Com a noite de verão insuportável.
O corpo como um vestido pegajoso
Pegando todos pedaços da pele
E elas escorrendo-
Lágrimas de contra-gosto sem nelas compreender
Razão.
Assim, de lágrimas
Vontade e escrita
Do choro virou poema
Virado nesta queda das palavras que aqui deixo
Como se nesta noite dissera-
Chorava com gosto de as escrever.
1 comentário:
Do melhor que já fizeste em poesia.
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