sábado, maio 22, 2010

Do choro, lágrimas

Tivera hoje como uma vontade de chorar.

Não que houvesse razão, mas assim se dera.

Chorava, pois.

De manso, choro conjugado.

De mim para mim pensava-
Porque choro, ora?

De nada havia que pudesse dizer-
Eis esta a razão de chorar.

Mas chorava, chorei
Chorara já.

Não muito... pouco assim,
lágrimas escorregando lentas, quentes
Com a noite de verão insuportável.

O corpo como um vestido pegajoso
Pegando todos pedaços da pele

E elas escorrendo-
Lágrimas de contra-gosto sem nelas compreender
Razão.

Assim, de lágrimas
Vontade e escrita

Do choro virou poema

Virado nesta queda das palavras que aqui deixo
Como se nesta noite dissera-
Chorava com gosto de as escrever.

1 comentário:

Adomnán disse...

Do melhor que já fizeste em poesia.