Correm-me palavras
Sempre
Constantes
A umas agarro-as
A outras deixo-as
Umas dizem-me
Outras ferem-me
Por vezes tenho medo delas
Por vezes deixo-as agonizar
Enquanto morrem
Na minha preguiça lenta
Enfrento-as
Há sempre essa hora
Em que elas me voltam
Rasgam-me magoam-me
Enaltecem-me elevam-me
Encantam-me
Colho-as
De leve
Escolho-as
Com precisão
Meço-as
Na balança que guardo em mim
E dou-as
Desapegado
Enquanto elas me fogem
Por entre os dedos
Das minhas mãos abertas
2 comentários:
tanto tanto tanto
Que encanto, as tuas palavras...
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