sábado, janeiro 13, 2007

Das palavras, que encanto

Correm-me palavras
Sempre
Constantes

A umas agarro-as
A outras deixo-as

Umas dizem-me
Outras ferem-me

Por vezes tenho medo delas
Por vezes deixo-as agonizar
Enquanto morrem
Na minha preguiça lenta

Enfrento-as
Há sempre essa hora
Em que elas me voltam
Rasgam-me magoam-me
Enaltecem-me elevam-me

Encantam-me

Colho-as
De leve
Escolho-as
Com precisão
Meço-as
Na balança que guardo em mim

E dou-as
Desapegado
Enquanto elas me fogem
Por entre os dedos
Das minhas mãos abertas

2 comentários:

colher de chá disse...

tanto tanto tanto

Anónimo disse...

Que encanto, as tuas palavras...