pour lui
Isto que é maior que tudo: sem dias de chuva, sem livros nos bancos de jardim.
Demorarás muito tempo a voltar a casa e em verdade não mais poderás
Dizer que ali é a tua casa.
Há estas palavras que te guardo para os dias de ausência, para o não saber das coisas.
Mas aos domingos ainda haverá missa, mesmo que não estejas em nenhum banco.
Há um não-lugar onde te busco no seguimento das horas,
Aquele álbum antigo de fotografias, como uma manhã
Em que chegaste atrasado pelo sono e eu ralhei, mas depois achei graça.
A cidade é esta tua ausência porque estás
Longe das longas viagens suburbanas dos autocarros. Os jardins não te vêem
E não hei-de esperar num deles para te entregar um filme de Visconti.
Pudéramos ser personagens numa estória que termine com as palavras de sempre.
A vida não é feita de estórias, mas de ausências. É um não-estar
Mais do que um não-haver.
Porque existes nas estações, na música, sempre nas palavras. Por isso eu sei.
Por isso estou aqui.
1 comentário:
Em todas as ruas te encontro, em todas as ruas te perco...
Enviar um comentário