domingo, dezembro 01, 2013

Ana

para A.G.

Como podendo estar parados num teatro dirias
uma coisa, depois outra.

Uma manhã em Lisboa em que Ana
Tivesse camélias na janela, como antes o fizera Dumas,
enquanro admitia um choro ou uma hipótese de ser
Mais do que uma personagem dizendo uma coisa,
depois outra coisa.

Pequeno-almoço na Confeitaria Nacional, pequena degustação dos jesuítas.
Abordas uma nota do trágico. Expulsões.
Lisboa interdita para sempre, isso sim era dramático.

Escondes-te por esta rua donde se
não veem camélias à janela. Um livro que diga a
cidade, que a explique como um pai explicando a um filho, que
não pudera ver, mas sente
no chão o tremor quando eles passam.

Chegas agora ao Tejo, paras como num teatro.
o palácio do rei de Portugal cheira a cravinho
E canela. Mas aqui
Nada cheira assim, foi acolá que mataram el-rey.

Deixei que crescessem camélias à minha
Janela não porque lesse um livro, mas porque era
Um tempo em que Ana amava um
Homem chamado Lisboa.

2 comentários:

Miú Segunda disse...

Que bom é ver-te de novo a plANAr sobre a cidade...
Um beijo

Miú Segunda disse...

Que bom é ver-te de novo a plANAr sobre a cidade...
Um beijo