terça-feira, outubro 26, 2010

Ensaio em Gustavo

Como Gustavo conheceu Artur perto da perda de (um) Salvador mesquinho e de esquinas. De todas e tantas ruas- traçado geométrico do Bairro Alto. Fadista de encantos fanados. Como esta porta por onde entraram como se ainda agora mesmo os tivesse visto. E a correr- sobe e desce as ruas cheias de gente onde só estão eles- Artur e Gustavo. Dançando, dançando, dançando. Dancin' Days. Como mais uma novela barata- é assim que justamente os imagino, comos os entendo, como em verdade os escrevo e crio. Depois um beijo, dois três quatro cinco. Muitas línguas. Em palavras cifradas que na minha cabeça dizem um ao outro como se os visse, os ouvisse dizerem piropos banais um ao outro, piropos que numa outra realidade (como fora a deles criada por mim) funcionariam de facto. Aumento o já previsto, o visto de antes mais pela frente que dor detrás. De todas as coisas que vivem- agora manhã, um jipe- rumo à Peninha. O nascer do sol, um rumo de associações fáceis. O mistério, absolutamente inalcansável nestas palavras, em quase tudo o que escrevo. E ele, Artur, todo debruçado, todo misterioso sobre o inexistente Gustavo confessando o amor duma noite no cenário idílico onde só falta que a minha escrita tivesse qualquer qualidade.

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