Dizes-me noites de poemas magoados
Para que eu os entenda.
Vive em ti um mistério confuso
Como se de uma vez duas árvores nascessem enroladas.
Procuro chegar-te nas calmas completas
Das tardes de praia
Quando em Julhos soalheiros
O teu corpo cabe debaixo dos meus braços.
Perco-te tantas vezes
Nas horas confusas que te assombram
E te levam em demandas de cabelos soltos,
Cavalos largados ao largo de chãos infinitos.
Hei-de saber esperar-te.
Nas horas do consolo
Eu me acalmo
Para que haja paz
Em teu estar confuso
E magoado de viver.
Envolve-me em teu corpo,
Prisão dos cheiros que de ti me prendem.
Sou teu chão onde plantes alicerces
Fundos como a profundidade
Dos momentos em que de súbito és minha.
Porque eu quero-te,
Quero-te além das palavras.
sábado, julho 14, 2007
segunda-feira, julho 09, 2007
Poema dum operário que perdeu a esperança num dia de pouco mar
Quase nada
Um resto de pouco
Um viver adormecido
Sobre o cais de amanhã
Pouco pão
Pouco sol
Muita luta
Braços molhados
De longos mares outonais
Corpos caidos de cansados
Que sobram
O Mundo,
Uma existência triste,
Enrolada em tiras
Do seu cabelo espalhado ao vento
Um resto de pouco
Um viver adormecido
Sobre o cais de amanhã
Pouco pão
Pouco sol
Muita luta
Braços molhados
De longos mares outonais
Corpos caidos de cansados
Que sobram
O Mundo,
Uma existência triste,
Enrolada em tiras
Do seu cabelo espalhado ao vento
quinta-feira, julho 05, 2007
Diz ao mar que passo
Não disse ao mar que passava.
Em quantas luas me esvaí?
Prados que se arrastam
Pela infinidade lenta
Da terra fecundada.
No suor dos dias de trabalho
O labor burila as horas.
Eu perdi-me em que durantes?
Os pés escavam na areia
Palavras que diga
Amanhã,
Depois do tempo.
Mas não disse ao mar que passava.
Em quantas luas me esvaí?
Prados que se arrastam
Pela infinidade lenta
Da terra fecundada.
No suor dos dias de trabalho
O labor burila as horas.
Eu perdi-me em que durantes?
Os pés escavam na areia
Palavras que diga
Amanhã,
Depois do tempo.
Mas não disse ao mar que passava.
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