Talvez te diga das cartas,
Das folhas,
E do chá nas tardes calmas de Inverno.
Porque a minha vida é como o livro manso
Que resta na mesa de cabeceira.
Leio(-me) devagar .
Invento nos livros uma mitologia
Nova e minha.
Não tenho mais que te diga. Tu procuras tanto de mim.
De súbito peço: esgota-me.
Levanta o livro da mesa e lê-me vorazmente.
Que saudades do verão que volta com a tua voz
Enquanto tu enches o quarto de mim,
Palavras que buscas nos livros.
Traz de volta o sol e o encanto de ser feliz sem roupa
Enquanto deixamos o corpo adormecer
À beira-mar.
É à beira-mar que cultivamos nossa terra de sonhos,
Desejos que escreves na areia
E que o mar apaga.
Aguardo.
As horas rasgam os dias
Sem sequer pensar em nós.
Só um mês,
Mais uns dias.
Agora a primavera.
Depois o verão.
Enquanto,
Anseio...
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