Ao Luisillo.
Numa noite de calor fresco que nos sabia como a promessa de um banho de água morna que se toma de manhã e nos desperta os sentidos, deixámo-nos cair nas confissões. Foi uma noite de palavras- palavras que os dias que nos separavam pediam há já algum tempo. Foi uma noite lenta de intimidades rápidas e tão complexas que nos permitimos viver como as mãos escorregam pelo marfim frio de um piano para lhe roubar as notas mais fundas.
Podia ter sido nessa hora de calor insuportável, quando no relógio de García Marquéz batem as três, enquanto estávamos deitados nas redes dos nossos alpendres. Podiámos ter escolhido falar por aí. Mas esperar até ao calor tropical dos verões colômbianos ia demorar tempo de mais. E nessa noite fomos nós que construímos o tempo.
Os teus olhos nunca me mentem e o meu corpo cai de leve sobre o teu. O teu abraço surge de repente para criar espaço para as palavras. E assim, de repente, largaste as tuas palavras sobre mim com uma insustentável leveza. Numa noite de palavras, as tuas palavras tão poucas para que tudo continue bem.
Para mim também Tu és o mais importante!
1 comentário:
muito bonito. muito bom de ler. beijos de saudade
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