pour lui
Isto que é maior que tudo: sem dias de chuva, sem livros nos bancos de jardim.
Demorarás muito tempo a voltar a casa e em verdade não mais poderás
Dizer que ali é a tua casa.
Há estas palavras que te guardo para os dias de ausência, para o não saber das coisas.
Mas aos domingos ainda haverá missa, mesmo que não estejas em nenhum banco.
Há um não-lugar onde te busco no seguimento das horas,
Aquele álbum antigo de fotografias, como uma manhã
Em que chegaste atrasado pelo sono e eu ralhei, mas depois achei graça.
A cidade é esta tua ausência porque estás
Longe das longas viagens suburbanas dos autocarros. Os jardins não te vêem
E não hei-de esperar num deles para te entregar um filme de Visconti.
Pudéramos ser personagens numa estória que termine com as palavras de sempre.
A vida não é feita de estórias, mas de ausências. É um não-estar
Mais do que um não-haver.
Porque existes nas estações, na música, sempre nas palavras. Por isso eu sei.
Por isso estou aqui.
sexta-feira, dezembro 20, 2013
domingo, dezembro 01, 2013
Ana
para A.G.
Como podendo estar parados num teatro dirias
uma coisa, depois outra.
Uma manhã em Lisboa em que Ana
Tivesse camélias na janela, como antes o fizera Dumas,
enquanro admitia um choro ou uma hipótese de ser
Mais do que uma personagem dizendo uma coisa,
depois outra coisa.
Pequeno-almoço na Confeitaria Nacional, pequena degustação dos jesuítas.
Abordas uma nota do trágico. Expulsões.
Lisboa interdita para sempre, isso sim era dramático.
Escondes-te por esta rua donde se
não veem camélias à janela. Um livro que diga a
cidade, que a explique como um pai explicando a um filho, que
não pudera ver, mas sente
no chão o tremor quando eles passam.
Chegas agora ao Tejo, paras como num teatro.
o palácio do rei de Portugal cheira a cravinho
E canela. Mas aqui
Nada cheira assim, foi acolá que mataram el-rey.
Deixei que crescessem camélias à minha
Janela não porque lesse um livro, mas porque era
Um tempo em que Ana amava um
Homem chamado Lisboa.
Como podendo estar parados num teatro dirias
uma coisa, depois outra.
Uma manhã em Lisboa em que Ana
Tivesse camélias na janela, como antes o fizera Dumas,
enquanro admitia um choro ou uma hipótese de ser
Mais do que uma personagem dizendo uma coisa,
depois outra coisa.
Pequeno-almoço na Confeitaria Nacional, pequena degustação dos jesuítas.
Abordas uma nota do trágico. Expulsões.
Lisboa interdita para sempre, isso sim era dramático.
Escondes-te por esta rua donde se
não veem camélias à janela. Um livro que diga a
cidade, que a explique como um pai explicando a um filho, que
não pudera ver, mas sente
no chão o tremor quando eles passam.
Chegas agora ao Tejo, paras como num teatro.
o palácio do rei de Portugal cheira a cravinho
E canela. Mas aqui
Nada cheira assim, foi acolá que mataram el-rey.
Deixei que crescessem camélias à minha
Janela não porque lesse um livro, mas porque era
Um tempo em que Ana amava um
Homem chamado Lisboa.
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