segunda-feira, junho 30, 2008

Velhas noites em lua nova

Em noite de espiga podre
Meu coração te assa e te renega
Em entranhas voltadas para fora.

E cada palavra é como um ódio
Demasiado grande
Para que em verdade te odeie.

Como a noite, como os passos de Hécate,
Como a dança cruel das Harpias
Te esperem as Parcas em cada encruzilhada que cruzes.

Que os seus pássaros te furem os olhos
E que a sua ira te rasgue roupa e carne
Como se fora minha ira.

Apenas para que te segure
À luz do primeiro sol
E tomando-te em meus braços
Cure teu corpo das minhas feridas
Enquanto a tua alma perdida
Se joga à minha, em jogo de metal fundido,
E nela se funde sem retorno que nos salve.

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