Às angústias que nestes dias me angustiam.
Ligeiros chegam os fins-de-tarde de Abril
E trazem consigo os primeiros crepúsculos do ano.
Abril fala-me sempre da Primavera,
Dum chão novo
Que os deuses renovam para nós.
Tu és como as manhãs calmas de Sol
Ouves atentamente o que eu digo
Como se as minhas palavras fossem de beber.
Bebes os sonhos que te conto
De coisas distantes que encontras nos momentos
Escondidos das tardes e das flores.
Tu és como o riacho manso e de água doce-
Corres devagar, mas sabes por onde andas
E para onde vais.
Tens uma sede de coisas maiores
Que procuras sofregamente
Saciar nas minhas palavras.
Não percebes que todas as minhas palavras
Cabem em ti;
Em ti onde me esgoto, onde me começo,
Onde me renasço.
Súbita Primavera constante,
Que toldas minhas tardes de uma alegria
Feita de gestos simples e certos,
Como desenhos de crianças quando chega o Sol,
Breves e duradoiros reinos de luz.
Não sabes que sabes das cores
E das coisas que elas ensinam.
Tudo em ti é tão natural e simples
Que não te permites pensar,
Mas apenas viver as coisas,
Os dias,
As horas.
Sabes apenas que queres mais,
Assim como eu sei que te quero a ti.
2 comentários:
Mais um belo poema a juntar a outras belas coisas que vais escrevendo por aqui.
Um obrigado e um abraço.
que dizer? ... esgoatam-se as palavras. belíssimo, querido amigo.
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