"Difícil é saber de frente a tua morte
E não te esperar nunca mais nos espelhos da bruma"
Sophia de Mello Breyner Andresen in Navegações
Difícil é saber de frente a morte dos meus sonhos
E não os esperar nunca mais nos espelhos da vida
domingo, junho 25, 2006
sexta-feira, junho 16, 2006
Tríptico da Dificuldade
I
Difícil é buscar
Continuamente
As palavras
II
Difícil é saber
Da tua ausência
Na continuidade
De todas as horas
III
Difícil é continuar
À tua espera
Nos minutos infinitos
Mesmo quando a noite
Já se levantou sobre nós
E a Lua Nova
É presságio de que não virás
Difícil é buscar
Continuamente
As palavras
II
Difícil é saber
Da tua ausência
Na continuidade
De todas as horas
III
Difícil é continuar
À tua espera
Nos minutos infinitos
Mesmo quando a noite
Já se levantou sobre nós
E a Lua Nova
É presságio de que não virás
sábado, junho 10, 2006
Midsummer night dream
O teu corpo tem um gosto estranho que provém do facto de beberes shot's sempre sentado nas noites de Junho do Bairro Alto.
Tu sabes beber. E quando digo isto não é com mansidão, mas com carinho nas palavras. Tu bebes com a elegância de se saber estar em qualquer lado, mesmo nas noites mais frias de Junho (que as há!) quando só querias um casaco por cima dos ombros. Ainda assim, não deixas de beber, nunca com exagero, sempre suavemente como alguém que realmente aprecia o que faz e imprime a cada gesto, neste caso a cada gole, a certeza interior dos gestos que são definitivos, porque são importantes.
E o mais estranho, não é o teu corpo erguer-se acima dos outros numa elegância impar em qualquer tasca do Bairro Alto, estranho é como os teus lábios em volta de um copo fazem com que o calor e o frio dessas noites de Junho me excitem mais e mais no desejo do teu corpo.
É como uma bebedeira de muitos shot's bebidos todos de uma vez (o limão só com açúcar, nada de canela, se faz favor), que está longe da elegância deliciosa dos teus lábios suavemente em cada gole, mas que é quase tão gulosa como tu e certamente incontrolável. Fogo do álcool que me queima as entranhas numa ânsia súbita de entrar pelas tuas entranhas e unir os nossos corpos num cio furioso numa esquina estranha do Bairro Alto.
A noite vai-se instalando cada vez mais. Tu sabes beijar, beijas como bebes, com a sofreguião elegante do gole em cada vez que a tua língua busca algo na minha boca. A pele sente o calor, mais forte, mas nunca como num filme porno espanhol. É uma coisa do cinema francês onde numa tela gigante numa língua de suma elegância Isabel Huppert e Catherine Deneuve dançam a dança antiga das damas sedutoras esperando que Fanny Ardant saia do piano para se nos juntar. Beijo-te como se elas se rissem sobre nós com grandes flutes de cristal num champagne precioso.
A noite, sempre a noite, ainda mais a noite. O Junho, tão diferente dos Junhos da minha infância. O calor, tão palpável que era capaz de o engarrafar. Os teus lábios em torno de um copo. A maneira como chupas o limão. E eu de cabeça perdida enquanto anseio por ti e por Junho.
Tu sabes beber. E quando digo isto não é com mansidão, mas com carinho nas palavras. Tu bebes com a elegância de se saber estar em qualquer lado, mesmo nas noites mais frias de Junho (que as há!) quando só querias um casaco por cima dos ombros. Ainda assim, não deixas de beber, nunca com exagero, sempre suavemente como alguém que realmente aprecia o que faz e imprime a cada gesto, neste caso a cada gole, a certeza interior dos gestos que são definitivos, porque são importantes.
E o mais estranho, não é o teu corpo erguer-se acima dos outros numa elegância impar em qualquer tasca do Bairro Alto, estranho é como os teus lábios em volta de um copo fazem com que o calor e o frio dessas noites de Junho me excitem mais e mais no desejo do teu corpo.
É como uma bebedeira de muitos shot's bebidos todos de uma vez (o limão só com açúcar, nada de canela, se faz favor), que está longe da elegância deliciosa dos teus lábios suavemente em cada gole, mas que é quase tão gulosa como tu e certamente incontrolável. Fogo do álcool que me queima as entranhas numa ânsia súbita de entrar pelas tuas entranhas e unir os nossos corpos num cio furioso numa esquina estranha do Bairro Alto.
A noite vai-se instalando cada vez mais. Tu sabes beijar, beijas como bebes, com a sofreguião elegante do gole em cada vez que a tua língua busca algo na minha boca. A pele sente o calor, mais forte, mas nunca como num filme porno espanhol. É uma coisa do cinema francês onde numa tela gigante numa língua de suma elegância Isabel Huppert e Catherine Deneuve dançam a dança antiga das damas sedutoras esperando que Fanny Ardant saia do piano para se nos juntar. Beijo-te como se elas se rissem sobre nós com grandes flutes de cristal num champagne precioso.
A noite, sempre a noite, ainda mais a noite. O Junho, tão diferente dos Junhos da minha infância. O calor, tão palpável que era capaz de o engarrafar. Os teus lábios em torno de um copo. A maneira como chupas o limão. E eu de cabeça perdida enquanto anseio por ti e por Junho.
sábado, junho 03, 2006
Fundação Medeiros e Almeida
Num transversal pequena e simpática da Avenida da Liberdade (Rua Rosa Araújo) ergue- -se, entre a sombra de umas poucas árvores, a Fundação Medeiros e Almeida.
Casa-museu, o edifício alberga dentro de si uma impressionante e magnífica colecção construída pelo seu falecido patrono ao longo de toda uma vida. Os corredores e salas do palacete são uma deliciosa viagem pela estética de uma pessoa, estética que nos oferece uma envolvência delicado no bom e no belo passeando pelos mais variados objectos, dando-nos a certeza de que é possível viver-se numa obra de arte.
Um viagem aconselhada a todos os amantes do belo para se aproveitar uma das muitas tardes quentes que Lisboa agora oferece!
Casa-museu, o edifício alberga dentro de si uma impressionante e magnífica colecção construída pelo seu falecido patrono ao longo de toda uma vida. Os corredores e salas do palacete são uma deliciosa viagem pela estética de uma pessoa, estética que nos oferece uma envolvência delicado no bom e no belo passeando pelos mais variados objectos, dando-nos a certeza de que é possível viver-se numa obra de arte.
Um viagem aconselhada a todos os amantes do belo para se aproveitar uma das muitas tardes quentes que Lisboa agora oferece!
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