Ontem fez sol de manhã. E eu sentei-me na minha sala. E ouvi todas as músicas, os baladeiros de Abril. E li todos os poetas. E abri uma garrafa de Madeira. E o Ary, o Gedeão e tantos outros vieram beber comigo. E deixei-me mergulhar em tudo isto. Sentado na minha sala embebedei-me de música e poesia e livros e filmes.
Ontem foi um dia de acreditar. Hoje talvez já não, mas ontem sim. O dia de ontem é nosso para sempre. O dia em que o mundou soube voltar a acreditar e em que a democracia falou alto até às fronteiras de tudo. Ontem sonhei, bêbedo do mundo, e acreditei em tudo o que é bom acreditar.
Não sei o que será hoje. Mas sei o que foi ontem. E ontem soubémos e sonhámos que o sonho comanda a vida. E que este homem sonhou para que o mundo pulasse e avançasse como bola colorida por entre as mãos duma criança.
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