Para a Sofia Palma Baracho, que me fez lembrar os cheiros. Para as minhas avós e todas as tardes em que tudo começou assim.
- Não mexa nisso Margarida! Já sabe que não gosto que mexa nisso. Era da minha mãe.
(Tem o ar calmo. Lá fora pela janela o dia é mais ou menos idêntico. As mãos são já máquinas automáticas de fazer tempo cada vez que segura as agulhas.)
-Tu tens mãe, avó!?
(O ar breve e marcado do espanto natural.)
-Claro que sim Margarida. A mãe da avó é a avó Luísa.
Fala por sorrisos. Margarida encontra um lugar rápido nas pernas cansadas da avó. As mãos mansas que a acolhem já largaram as agulhas. Que se diria de Penélope nesta cena?
1 comentário:
Querido namoré, é sempre para mim um orgulho inspirar qualquer coisa escrita por ti:) E é sempre um prazer ler!
Beijo!
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