domingo, maio 11, 2008

Triptych

I

Let us be silent
Now.
Let us not say
A word.
An in this silence let us
Hear.
For it is in silence that all words
May be spoken.

II

Let us say a kiss.
Let us open our mouths for a kiss
To be said.
For when is a kiss better said
Then when
We open our mouths and you
Can hear
No sound rather
Then that
Of two mouths touching in a kiss?

III

Let us
Come out
To see both roses and sun.
Let us
See
Where birds fly when the afternoon falls.
Lets us come out.
Let us
Be out...
and slowly, oh ever so slowly,
Just let us breathe.

2 comentários:

colher de chá disse...

Parabéns, desconhecia este domínio de outra língua. Surpreendes-me de todas as vezes que aqui passo.m É difícil expressarmo-nos noutra língua. Tu fizeste-o. E muito bem.

breathe...

Carlos Antunes disse...

Não tem sido raro que passe aqui em visita, naturalmente curioso pelo trabalho de alguém que respeito.
No entanto tem sido sistematicamente adiada a decisão de aqui deixar um comentário.
Porque o faço agora? Certamente pelo meu sentido crítico, que nunca consegui abafar, e que, se não por sorte então por clara falta de habilidade, ainda não me grangeou qualquer inimigo (mas garanto que para lá caminho).

Vem tudo isto a propósito do quê?
Da simples constatação que ao lidar com uma língua que não a materna, a aplicação e o juízo final devem ser reforçados.
Neste teu "Triptych" sinto que o uso do inglês redunda numa brevidade de soluções (não confundir com brevidade de vocabulário, por favor) que esgota o poema numa monótona repetição.

Não direi que não fosse esse o objectivo do poema, mas sinceramente não resulta.
É o doloroso caso de um português a escrever em inglês como o é de um português a cantar em "brasileiro".
Não resulta.
Pelas nuances, as cadências, os sentimentos, a relação visual com as palavras.

Sei que os mais afoitos me consideram já "uma besta".
Não lhes nego esse direito, nem a formulação, talvez apenas a exactidão da expressão.