Em secretos cantos sussuram umas às outras.
Ficavas assim parado, como algo não descrito nas páginas dos livros
Que lias nos cafés itenerantes da cidade.
A estonteante velocidade do metro, como as coisas aconteciam pelas ruas
De súbito invadidas pelos gatos vadios das esquinas.
Havia uma cor indízivel, uma coisa que todos conheciam
No coração da cidade.
Durante os tempos da tarde as horas do teu relógio rodopiavam
E tu ficavas apenas sentado à varanda na velha cadeira de verga.
Depois esta marquise de ferro forjado, as coisas das avenidas novas.
Casas de amigas que nos fazem chá às 8h da noite.
Os cães também passeiam ao redor da praça, sendo que é
Impossível falar se é dia ou depois.
Estamos em certo todos presos por uma trela assustadoramente laça
A que não queremos jamais largar.
Os jornais ondeiam enquanto viras as páginas consumindo a informação
Diária como uma obrigação urbana dos dias.
A cidade existe afinal na medida das pessoas, das janelas e das
Várias pedras da calçada.
Enquanto as coisas passam, de ligeiro te apercebes de que
Os poemas inevitavelmente acabam como uma fatalidade.
1 comentário:
"A cidade existe na medida das pessoas"... É isso mesmo, querido Filipe!
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