Numa sala que não existe, onde a luz não há, a mulher mais bela do mundo aplica delicadamente o pó de arroz. Estrondosamente feliz ela agora invade cada salão.
O rapaz de olhos de azul é luz em si mesmo no pateo escuro. Agita os braços magros em gestos lentos. A face coberta de pó de arroz.
A música é um exaltação dos sentidos. Ambos vêem com os olhos demasiado abertos. Tudo neles é agora desperto e natural.
O rapaz de olhos de azul e a mulher mais bela do mundo são como duas crianças irmãs que se amam pela inocência dos olhos. São demasiado belos para perceber como de facto são exultantemente belos.
Os dois vivem agora uma felicidade isolada e compreendida a dois. São alheios ao impacto visual que causam em todos quantos os vêem sem por isso se deixarem de sentir de certa forma olhados.
Deixado só a um canto observo-os e imagino quanto de prazer me daria escrevê-los.
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