Disse-te em palavras mornas
Da mansidão em que levo a alma.
Foi Verão, Primavera e Outono nesta ordem certa.
Teu corpo quente tem um quê de se fazer frio
Quando te toco.
Há estações, mas não estações para nós.
Para nós há dias de Inverno
Em que sol e céu são apenas uma ideia
Para além das nuvens.
Para nós nem nós mesmos havemos.
Não há nada teu que tu me dês
E tudo quanto te queria dar é agora algo
Indizível, indecifrável, até mesmo para mim.
Eis palavras onde não escreverei porém.
Hoje já não há espaço para falar dos teus olhos verdes,
Ou do teu sorriso,
Ou do cheiro do teu cabelo quando enfio o nariz na tua nuca.
Hoje não há sol,
Sem sol não há tempo de nós.
Agora somos dois, eu e tu,
Sem palavras, sem risos, e de lágrimas tão cheias e secas.
E talvez por aqui haja um caminho onde seguir
E no fim
Construa um hoje que seja meu novamente.
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